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O sobreiro (Quercus suber L.) é a única espécie arbórea que tem a capacidade de regenerar a casca, após esta ter sido retirada na totalidade do seu tronco. É a partir desta árvore que se extrai a cortiça e é unicamente por causa desta matéria-prima que esta espécie de árvore tem sido explorada desde tempos remotos.
A extração de cortiça não é prejudicial ao sobreiro pois este é capaz de produzir uma nova camada de casca com idêntica espessura a cada 9 anos, período após o qual é submetido a um novo descortiçamento. Atualmente, o processo de descortiçamento é realizado de forma cautelosa, evitando lesões prejudiciais à vida do sobreiro, aumentando assim a sua produtividade e a sua longevidade.
Não obstante, a intervenção do Homem diminui a longevidade dos sobreiros, a idade média produtiva do sobreiro será 200 anos, sendo sujeito neste período a cerca de 15 descortiçamentos. Sendo que os exemplares mais velhos conhecidos têm mais de 500 anos.
Além da cortiça, também se aproveitam e utilizam outras partes do sobreiro. As folhas, por exemplo, são utilizadas como forragem e fertilizante natural, enquanto o fruto do sobreiro, a bolota, é utilizada para consumo animal e para fabrico de óleos culinários.
Em Portugal, os sobreiros são as árvores mais importantes a nível económico pela sua alta rentabilidade. Em Portugal, a Assembleia da República reconheceu em 2011 o sobreiro como símbolo nacional, no entanto o sobreiro já era uma espécie protegida desde 2001, com a publicação do Decreto-Lei n.º169/2001, de 25 de maio. Com a proibição de abate dos sobreiros e com o incentivo à sua exploração, Portugal assume-se como o principal exportador mundial de cortiça e fabricante de rolhas.
Curiosidade:
O Sobreiro Assobiador foi eleito a árvore europeia do ano 2018. Tree of The Year